Nunca se Acostume com a Dor: Médica Aconselha Mulheres com Enxaqueca

Mulheres podem enfrentar crises de enxaqueca mais severas que os homens devido aos hormônios. Entenda como tratar esse problema

Aproveitando a Semana da Mulher, abordamos um tema que, embora afete ambos os sexos, é especialmente desafiador para as mulheres: a enxaqueca. Esta não é uma condição exclusiva do público feminino, mas as crises tendem a ser mais severas, duradouras e frequentes, acompanhadas de sintomas adicionais nas mulheres.

Segundo a neurologista Thaís Villa, isso se deve a questões hormonais. “O hormônio estrogênio, presente em grande quantidade nas mulheres, facilita a dor de cabeça”, explica a médica. A enxaqueca atinge mulheres de todas as idades, principalmente durante a adolescência até os 50 anos, quando os níveis de estrogênio são mais elevados, intensificando e debilitando as crises.

 Enxaqueca Vai Além da Dor de Cabeça

Thaís Villa destaca que a enxaqueca envolve mais do que apenas dor de cabeça. Outros sintomas incluem:
– Fadiga e cansaço extremos
– Distúrbios do sono, como insônia ou sono não reparador
– Bruxismo
– Pensamentos acelerados
– Ansiedade
– Déficit de atenção e cognitivo

 Prevenção da Enxaqueca

Embora hábitos de vida não causem enxaqueca, que é hereditária, certos fatores podem agravar as crises. Mulheres que fumam, consomem excesso de cafeína, têm obesidade ou alto índice de gordura corporal são mais propensas a crises severas e frequentes, além de um risco maior de AVC, especialmente se usam anticoncepcionais com estrogênio.

Thaís aconselha: “Mulheres com enxaqueca devem evitar fumar, controlar o peso e a gordura corporal, e discutir com neurologistas e ginecologistas sobre o melhor método contraceptivo para evitar anticoncepcionais à base de estrogênio”.

 Tratamento da Enxaqueca

Mulheres com dores de cabeça recorrentes devem procurar um neurologista especializado para um diagnóstico e tratamento adequados. Infelizmente, apenas 3% das pessoas com enxaqueca recebem tratamento apropriado. A maioria depende de remédios apenas para aliviar a dor momentânea, o que pode piorar a condição a longo prazo.

Thaís enfatiza a importância de um tratamento holístico: “É crucial controlar a enxaqueca como uma doença, preferencialmente em um local onde a paciente tenha acesso a profissionais que possam ajudar com outras condições associadas, como tabagismo e obesidade”.

 Encarando a Enxaqueca

Thaís pede que as mulheres não se acostumem com a dor, desmistificando a ideia de que é normal para mulheres sofrerem dores intensas. “Ser mulher não é sinônimo de dor. É completamente possível viver sem que a dor ou doenças definam sua vida”, afirma.

Ela conclui: “Não viva esperando a próxima crise. A enxaqueca tem tratamento eficiente e específico, que pode ser controlado por profissionais que entendam o quadro e personalizem o tratamento para cada paciente”.

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