Mariana Michelini, modelo e influenciadora de 35 anos, enfrentou uma nova cirurgia para reconstruir parte da boca e do queixo, danificados após um preenchimento labial com PMMA em dezembro de 2020. Em um procedimento realizado em 13 de junho, os médicos utilizaram um enxerto de sua própria língua para tentar reconstruir a lateral direita de seu lábio superior.
A cirurgia envolveu a remoção de um pequeno pedaço da língua, que foi suturado ao lábio. A língua permanecerá assim por cerca de 20 dias, período necessário para restabelecer o fluxo sanguíneo na área. Durante esse tempo, Mariana não poderá falar e se alimentará apenas com líquidos e alimentos pastosos. Após essa etapa, ela passará por outra cirurgia para soltar a língua, deixando o enxerto no lugar para formar o novo lábio. O procedimento será repetido no lado esquerdo posteriormente.
Em entrevista à Folha de S.Paulo, Mariana relatou não sentir dor, apenas um incômodo devido à língua presa e à necessidade de manter a boca aberta. “Está sendo muito tranquilo. É só um incômodo por ter a língua presa e precisar ficar de boca aberta. Por exemplo, eu babo se abaixo a cabeça”, comentou.
Essa é a segunda cirurgia reconstrutiva de Mariana. A primeira, em dezembro do ano passado, envolveu a remoção de um triângulo do lábio inferior, que foi suturado na pele do buço para reconstruir a parte central do lábio superior. Durante essa recuperação, ela precisou ficar 20 dias com a boca costurada, alimentando-se com dieta líquida através de um pequeno espaço no canto direito da boca.
O Preenchimento com PMMA e Suas Consequências
Em 2020, Mariana, que trabalhava como modelo e influenciadora, fez um preenchimento labial como permuta para um trabalho de divulgação. Ela acreditava que o procedimento seria realizado com ácido hialurônico, mas, seis meses depois, começou a sofrer uma reação alérgica grave. Após investigações, descobriu que havia recebido injeções de polimetilmetacrilato (PMMA).
“A harmonização ficou linda, recebi mais trabalhos ainda, mas tive uma grave reação após seis meses. Acordei toda inchada e com dor. Voltei na mesma profissional e senti que ela estava muito nervosa”, lembrou Mariana. O PMMA é um material plástico usado para corrigir pequenas imperfeições faciais ou lipodistrofia em pessoas com HIV. Diferente do ácido hialurônico, o PMMA não é absorvido pelo corpo, sendo um preenchedor permanente.
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica não recomenda o uso do PMMA para fins estéticos devido à sua permanência e dificuldade de remoção. Desde então, Mariana passou por vários tratamentos, incluindo antibióticos, corticoides e cirurgias para remover partes do PMMA e reconstruir seu lábio superior e buço.