Litopedia: Compreendendo o Caso do Feto Calcificado no Corpo da Mãe

O fenômeno conhecido como “bebê de pedra” é um evento raro de litopedia, onde um feto se calcifica dentro do corpo da mãe, resultante de uma gestação ectópica, em que o óvulo fertilizado se implanta fora do útero.

Recentemente, um caso notável foi diagnosticado na rede pública de saúde de Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, envolvendo uma idosa de 86 anos. Ela procurou assistência médica devido a fortes dores abdominais, revelando-se posteriormente que carregava um feto calcificado em seu corpo.

Em gestações ectópicas como essa, o feto geralmente não sobrevive, e, em ocasiões excepcionais, pode ocorrer a calcificação. Nesses casos, o sistema imunológico da mãe reage formando uma camada protetora de cálcio ao redor do feto, a fim de evitar infecções.

Após a descoberta por meio de exames de imagem, os médicos realizaram uma cirurgia para remover o feto calcificado. No entanto, a idosa faleceu no dia seguinte devido a complicações graves de uma infecção generalizada.

Daniela Almeida Vera, de 81 anos

O caso de Ponta Porã não é único. Em 2019, médicos do Hospital de Aeronáutica do Rio de Janeiro relataram uma situação semelhante em uma revista científica. Esses eventos são extremamente raros, com apenas 330 casos documentados em todo o mundo, representando uma incidência estimada de 0,0054% das gestações.

A detecção precoce do “bebê de pedra” é crucial, pois pode causar complicações significativas, como feridas, aderências ou massas abdominais. Geralmente, é identificado por meio de radiografias abdominais, embora em alguns casos possa passar despercebido por décadas.

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