O comediante Abner Dantas enfrentou uma onda de críticas e o cancelamento de seus shows após publicar um vídeo polêmico em que fazia piada com as enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul no início deste ano. A tragédia deixou mais de 170 mortos, além de centenas de famílias desalojadas e desabrigadas, causando uma comoção nacional.
Abner, que tinha apresentações marcadas nas cidades de Canoas e Novo Hamburgo para os dias 27 e 28 deste mês, gerou revolta ao usar a tragédia como tema para promover seus espetáculos. Em um vídeo no Instagram, ele utilizou um filtro de água para simular um afogamento e, em seguida, anunciou as datas de suas apresentações.
A frase que mais causou indignação foi: “Assim como vocês tiveram que construir novas casas, eu estou construindo o meu show solo e vou testar ele dia 27 em Canoas e 28 em Novo Hamburgo.”
A repercussão foi imediata e extremamente negativa. Nas redes sociais, o humorista foi acusado de insensibilidade e desrespeito às vítimas. Mesmo se apresentando como “especialista em desacato” e com um show intitulado “Espetáculo de Desrespeito”, a reação do público foi de repúdio generalizado.
Após as críticas, Abner gravou um vídeo pedindo desculpas: “Eu passei dos limites, acabei perdendo a mão e só ofendendo.” Apesar do pedido de desculpas, ele manteve um tom irônico, voltando a fazer piadas sobre a situação.
Os organizadores dos shows confirmaram o cancelamento das apresentações, alegando respeito às vítimas da tragédia e à sensibilidade da população local.
O episódio reacendeu debates sobre os limites do humor, especialmente em temas que envolvem tragédias e sofrimento humano. Enquanto alguns defendem a liberdade de expressão dos humoristas, muitos argumentam que piadas que desrespeitam vítimas de calamidades extrapolam o aceitável, transformando o humor em insensibilidade.