A trágica morte de Sophia Ángelo, de 11 anos, no Rio de Janeiro, levanta suspeitas de abusos anteriores. O pai da menina, Paulo Sérgio da Silva, revelou que encontrou um diário onde Sophia detalhava como imaginava sua morte, sugerindo que ela já sofria abusos há algum tempo.
Edilson Amorim dos Santos Filho, de 47 anos, confessou o assassinato, alegando que a menina o provocava sexualmente. “Quando ela chegou perto de casa, ela pediu R$ 15. Aí, eu abri o portão de casa, fui lá na minha carteira que estava em cima da mesa, peguei e ela já entrou. ‘Pô, me dá R$ 50 aí que eu deixo você fazer mais coisa.’ Ela pegou e falou na minha cara mesmo, assim. ‘Tu não me dá esses R$ 50 e eu vou ali, falar com os caras ali.’ Era 50 metros do meu portão para os caras”, relatou ele.
Após encontrar o diário, a família suspeita que Sophia já estava sendo abusada pelo suspeito há algum tempo. “Ela colocou as possíveis mortes lá e dizia homicídio e estupro. Toda a morte que ela teve, ela já sabia de alguma forma que isso aconteceria. Eu não sei há quanto tempo isso estava lá. Foi meu filho e minha esposa que encontraram. Hoje eu sou um pai acabado. Ele não tinha esse direito”, lamentou Paulo Sérgio da Silva.
No dia em que o corpo de Sophia foi encontrado, parentes foram à delegacia. Uma sobrinha do suspeito revelou que também foi abusada por Edilson quando tinha 16 anos. Hoje, com 22, ela contou que sua mãe não denunciou o crime na época para poupar a avó idosa.
Edilson foi identificado pelo pai de Sophia nas imagens de segurança que mostravam a menina ao lado dele. Ele foi preso após essa identificação. Em depoimento, a namorada de Edilson afirmou que ele foi à Igreja Universal após cometer o crime, enviando uma foto do local para ela. Ela também disse que nunca notou comportamento estranho dele em relação a crianças, mas confirmou que ele bebia muito e era agressivo.
Após a morte de Sophia, outra suposta vítima de Edilson, uma estudante de 23 anos, decidiu formalizar uma denúncia de abuso. Ela relatou que foi abusada pelo suspeito aos 16 anos, mas na época não registrou ocorrência por achar que, sem penetração, nada seria feito.
A Polícia Civil continua investigando o caso para garantir que a justiça seja feita e prevenir que tragédias semelhantes aconteçam.