O câncer de intestino, também conhecido como colorretal, é um dos tipos de câncer mais comuns, afetando a parte inferior do sistema digestivo, que inclui o intestino grosso e o reto. Com o aumento significativo de casos, principalmente em pessoas com menos de 50 anos, novos estudos revelam fatores alarmantes que podem contribuir para o desenvolvimento dessa doença. Dentre os fatores mais preocupantes, destaca-se o consumo excessivo de bebidas açucaradas, como refrigerantes, energéticos e bebidas esportivas.
Um estudo recente publicado na revista Gut aponta que o consumo diário de duas ou mais bebidas açucaradas pode dobrar o risco de desenvolver câncer de intestino em adultos jovens. As mulheres têm 16% mais chances de desenvolver a doença com cada dose extra dessas bebidas, enquanto os adolescentes enfrentam um aumento de 32%. O estudo revela ainda que, entre as maiores fontes de açúcares adicionados na dieta moderna, estão os refrigerantes e as bebidas com sabor de frutas.
Esse estudo, que se estendeu por mais de duas décadas, envolveu cerca de 100 mil profissionais de enfermagem e coletou dados valiosos sobre o impacto do consumo de açúcar na saúde intestinal. Um dos maiores achados foi a alta incidência de câncer em indivíduos que começaram a consumir essas bebidas ainda na adolescência, entre 13 e 18 anos, com um aumento significativo do risco entre aqueles que ingerem mais de 250 ml de bebidas açucaradas por semana.
Segundo o oncologista Fernando Maluf, fundador do Instituto Vencer o Câncer, essa descoberta é um alerta crucial, pois o consumo excessivo de bebidas açucaradas pode aumentar o risco de câncer de intestino em até 40% comparado àqueles que não as consomem. Ele sugere medidas regulatórias semelhantes às adotadas para o controle do tabagismo, como a imposição de advertências de saúde nas embalagens e uma fiscalização mais rigorosa sobre a publicidade desses produtos.
Além disso, o câncer de intestino tem se tornado cada vez mais prevalente no Brasil, com o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estimando 44 mil novos casos anuais, com maior concentração nas regiões Sudeste e Sul. Especialistas apontam que a dieta pobre em fibras e o aumento do consumo de carne vermelha são grandes responsáveis por essa escalada. Manter uma alimentação balanceada, rica em fibras e alimentos vegetais, além de evitar o consumo excessivo de bebidas açucaradas, é fundamental para reduzir o risco.
A detecção precoce é crucial para um tratamento eficaz, já que nos estágios iniciais, o câncer de intestino pode não apresentar sintomas evidentes. Quando surgem sinais, como dor abdominal, alterações nos hábitos intestinais, sangue nas fezes e cansaço, o câncer já pode estar mais avançado.
Portanto, a conscientização sobre os riscos do consumo excessivo de açúcar e a adoção de hábitos saudáveis desde a infância são fundamentais para prevenir o câncer de intestino e garantir uma vida mais longa e saudável.